HEAVY METAL Investidor

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Aposentar-se investindo em ações: entenda como

Texto retirado do antigo site INI:

 Nos cursos ministrados pelo INI nos últimos anos, observa-se algumas dúvidas quanto ao que seria “aposentar-se com patrimônio em ações”. Como o número de pessoas nesta situação é pequeno e poucos
vêem o mercado de ações como forma de poupança, o INI oferece duas visões a respeito desse tema e ainda uma ferramenta para você programar sua aposentadoria em ações.
Para fazer download digite: www.ini.org.br/ini/aposentadoria.xls


TIPO A: Aposentando-se com base nos dividendos pagos.

 Esse tipo é o que mais causa controvérsia, pois normalmente o dividend yield (retorno com dividendos) é algo entre 2% e 4% ao ano e, no Brasil, encontra-se facilmente investimentos de renda fixa com rentabilidade entre 7% e 9%. As pessoas costumam dizer que não é vantagem, então, buscar a aposentadoria em ações. O que não se leva em consideração é que o ganho de capital, ou seja, o crescimento no valor das cotações ajuda a evoluir o patrimônio durante o processo de poupança e, ainda,continua após o investidor começar a gastar os dividendos. Vamos ver na prática:

 Vamos considerar duas premissas básicas, que podem ser mudadas pelo leitor na planilha oferecida em anexo.

- Ganho de capital médio: 15% ao ano
- Dividend yield médio (ganho com dividendos): 3% ao ano
- Investimento mensal de R$ 350,00

Anos Complemento Patrimônio Anos Complemento Patrimônio
1 R$ 11,34 R$ 4.536,15 19 R$ 1.399,56 R$ 559.822,27
2 R$ 24,72 R$ 9.888,81 20 R$ 1.662,82 R$ 665.126,43
3 R$ 40,51 R$ 16.204,94 21 R$ 1.973,46 R$ 789.385,34
4 R$ 59,14 R$ 23.657,98 22 R$ 2.340,03 R$ 936.010,85
5 R$ 81,13 R$ 32.452,57 23 R$ 2.772,57 R$ 1.109.028,95
6 R$ 107,08 R$ 42.830,18 24 R$ 3.282,98 R$ 1.313.190,31
7 R$ 137,69 R$ 55.075,76 25 R$ 3.885,25 R$ 1.554.100,72
8 R$ 173,81 R$ 69.525,55 26 R$ 4.595,94 R$ 1.838.375,00
9 R$ 216,44 R$ 86.576,30 27 R$ 5.434,55 R$ 2.173.818,65
10 R$ 266,74 R$ 106.696,18 28 R$ 6.424,11 R$ 2.569.642,15
11 R$ 326,09 R$ 130.437,64 29 R$ 7.591,78 R$ 3.036.713,89
12 R$ 396,13 R$ 158.452,57 30 R$ 8.969,65 R$ 3.587.858,54
13 R$ 478,78 R$ 191.510,18 31 R$ 10.595,52 R$ 4.238.209,23
14 R$ 576,30 R$ 230.518,16 32 R$ 12.514,06 R$ 5.005.623,04
15 R$ 691,37 R$ 276.547,58 33 R$ 14.777,93 R$ 5.911.171,34
16 R$ 827,16 R$ 330.862,29 34 R$ 17.449,30 R$ 6.979.718,33
17 R$ 987,38 R$ 394.953,65 35 R$ 20.601,51 R$ 8.240.603,78
18 R$1.176,45 R$ 470.581,46 


A lógica da planilha anterior é a seguinte:

- Se você parasse de investir os R$ 350,00 no ano 17, contaria com um complemento de aposentadoria de R$ 987,38 ao mês. É importante notar que esse complemento vem dos dividendos, portanto, se os lucros aumentarem, o complemento também aumenta. Esta é a grande diferença de aposentar-se com dividendos. Caso o lucro das empresa cresça 20%, seu complemento deve crescer também nessa ordem.
- Outro forma de pensar seria: Preciso de R$ 5.000 para viver, logo para me aposentar exclusivamente de dividendos devo parar entre o ano 26 e o ano 27.



TIPO B: Aposentando-se com base na venda de ações.

 Neste tipo, o investidor define um ponto em que vai gastar os dividendos e mais um pouco do patrimônio acumulado.

Vejamos as premissas:

- Ganho de capital médio: 15% ao ano
- Dividend yield médio (ganho com dividendos): 3% ao ano
- Investimento mensal de R$ 1.000,00
- Tempo de contribuição: 20 anos

Anos aposentado Complemento Anos aposentado Complemento
10 R$ 18.314,54 26 R$ 8.739,06
11 R$ 16.884,59 27 R$ 8.524,39
12 R$ 15.694,87 28 R$ 8.325,83
13 R$ 14.689,93 29 R$ 8.141,71
14 R$ 13.830,19 30 R$ 7.970,57
15 R$ 13.086,58 31 R$ 7.811,17
16 R$ 12.437,35 32 R$ 7.662,40
17 R$ 11.865,82 33 R$ 7.523,28
18 R$ 11.359,05 34 R$ 7.392,96
19 R$ 10.906,80 35 R$ 7.270,68
20 R$ 10.500,89 36 R$ 7.155,78
21 R$ 10.134,71 37 R$ 7.047,64
22 R$ 9.802,82 38 R$ 6.945,74
23 R$ 9.500,76 39 R$ 6.849,58
24 R$ 9.224,79 40 R$ 6.758,74
25 R$ 8.971,77


O significado da planilha acima indica o seguinte:

- Uma pessoa que contribui por 20 anos, com R$ 1.000 ao mês, ao se aposentar poderia viver mais 40 anos com um complemento de aposentadoria de R$ 6.758, ou 25 anos com quase R$ 9.000 de complemento.

 É evidente que cada um tem suas necessidades, portanto oferecemos um download da planilha acima para que o leitor possa colocar suas características e calcular seus próprios resultados.

 Quanto à inflação, se o leitor quiser “esquecê-la” na conta, pode pensar que os aportes vão crescer ano a ano de acordo com a taxa de inflação. É uma forma de garantir que os valores acima fiquem muito próximos ao poder de compra de hoje. Para uma inflação de 4%, o aporte começaria em R$ 1.000, no ano seguinte R$ 1.040 e assim sucessivamente. Fazendo isso reduz-se o impacto da inflação nas parcelas acima.

 "Dá para viver de renda no futuro recebendo parte do lucro que cabe aos acionistas de empresas presentes na Bolsa de Valores.

 O engenheiro Vilibaldo Maier, de 68 anos, trabalhou na Petrobras durante décadas e ali se aposentou. Como a maioria dos colegas, levava um padrão de vida de classe média que o salário lhe permitia. Mas, como muitos brasileiros,sempre acalentou o sonho de um dia ficar rico e viver de renda. Um dia, na década de 1970, ele foi convidado a ingressar no Petros, o fundo de previdência da estatal."Ficava pensando como era possível depositar 100 reais e no futuro a empresa me pagar 1 000 reais", diz."Aí, eu me questionei: se a Petros vai investir meu dinheiro, porque eu mesmo não posso fazê-lo?" Então, virou investidor. Em setembro de 1971, quanto tinha apenas 33 anos, comprou seu primeiro lote de ações. Durante 30 anos, ele reservou o equivalente a 1 000 reais para investir todo mês. Assim, de assalariado o engenheiro virou milionário. 

 O hoje sossegado investidor narra sua trajetória com orgulho. Vilibaldo leva uma vida tranqüila numa cidade da Serra Gaúcha. Ele gosta de fazer caminhadas no parque, não ostenta sua riqueza e quem o vê dirigindo um carro popular duvida que tenha alcançado a independência financeira. Seu maior prazer é viajar pelo mundo. Vai para o exterior todo ano.Paga as viagens com uma pequena parte da renda de dividendos de sua carteira de ações. Como virou acionista de boas companhias de capital aberto, tem direito a receber em forma de dividendos ou de juros sobre o capital próprio parte do lucro das empresas. Só no ano passado, os dividendos representaram um ganho em torno de 1 milhão de reais. 

 Mágica, sorte, coisa de especialista? Nada disso. O que aconteceu ao engenheiro pode se repetir na vida de qualquer pessoa com o mínimo de disciplina financeira. Para isso, é necessário evitar a tentação de comprar ações, esperar sua valorização e vendê-las com lucro para usar o dinheiro como complemento do salário. "Nos primeiros seis anos de aplicação na bolsa não tive ganhos significativos", conta o ex-funcionário público." Mas como reinvestia todo o dinheiro dos dividendos, fui formando meu patrimônio. "No início, o engenheiro até fez pequenos saques da renda gerada pelos dividendos, mas logo percebeu que esse dinheirinho extra não faria grande diferença na sua remuneração mensal, ao contrário do que ocorria se o reinvestisse sistematicamente. Ele agüentou firme todos os altos e baixos da bolsa nos últimos 30 anos. Esse foco no longo prazo fez toda diferença. Quem em época de pessimismo do mercado vende suas ações assume um prejuízo que poderia ser revertido em lucro à medida que a bolsa se recupera nos anos seguintes. Quem também só enxerga oportunidades na bolsa quando o mercado está otimista tende a esperar grandes lucros em curto prazo, e isso é muito difícil de acontecer. 

 O ideal é maximizar seus ganhos com a reaplicação de todo o lucro obtido com sua carteira de ações. O que inclui a própria valorização do preço de cada ação e a renda com os dividendos. Não é difícil demonstrar como o reinvestimento ajuda você a ganhar mais. "Quem tem 100 000 reais numa carteira de ações que paga média de 5% de dividendos anuais, recebe no primeiro ano 5 000 reais e reinveste no ano seguinte receberá dividendos maiores porque o total investido aumentou", diz Théo Rodrigues, diretor-geral do Instituto Nacional dos Investidores (INI). 

 Esta estratégia é comum nos Estados Unidos. Você já deve ter ouvido falar das Beardstown Ladies — senhoras entre 50 e 85 anos que montaram um clube de investimentos e ficaram ricas. Elas vivem da renda de dividendos milionários. Aqui no Brasil, algumas empresas da bolsa criaram programas para que a operação já seja feita automaticamente, como Vale do Rio Doce, Itaú e Bradesco. Comprar ações dessas empresas e autorizar o reinvestimento automático é uma boa solução para investidores indisciplinados ou inexperientes. Converse com sua corretora de valores e procure o departamento de relação com investidor (RI) da empresa para adotar essa estratégia. Você também pode dar preferência em sua aplicação na bolsa a empresas que tradicionalmente pagam bons dividendos. Aqui vale lembrar que, em geral, uma empresa em crescimento não distribuirá mais do que a metade de seus lucros, já que ela precisa reinvestir no próprio crescimento. Uma boa relação de ganho com dividendo situa-se entre 3% e 6% do valor da ação. 

 Um estudo da Economática, empresa de dados financeiros, baseada em São Paulo, mostra que há uma variedade de setores para você escolher empresas que fazem grandes distribuições de lucro entre os acionistas. Entre as ações mais negociadas na Bovespa, 25 se destacam numa análise anual a partir de 1997. Quem encabeça o ranking são as ações da Cemig, estatal de energia de Minas Gerais (leia mais sobre a Cemig nesta edição, na coluna Você em Ação). Os bancos do Brasil, Bradesco e Itaú também estão no topo da lista. Na indústria o destaque é para a Arcelor Brasil e a Companhia Siderúrgica Nacional. 

 Quando decidiu entrar na Bovespa, o paulista Marcelo Graça, de 30 anos, já buscou empresas que pagam bons dividendos. Há 18 meses, ele transferiu 20 000 reais que tinha aplicado em um fundo de renda fixa e comprou ações. "Quero viver de renda a partir dos 50 anos", diz ele. Sua aplicação mensal varia entre 500 e 1 000 reais. Será que Marcelo vai repetir o sucesso do ex-funcionário da Petrobras? É cedo para cravar essa afirmação. Ele vai precisar resistir às quedas da bolsa, ter disciplina para continuar investindo e reinvestindo todo mês, manter-se focado no longo prazo e só virar sócio de boas empresas — que têm governança corporativa, ou seja, administradores de boa reputação e estejam em crescimento. Em 18 meses de Bolsa de Valores, Marcelo demonstrou que está firme no propósito de viver de renda no futuro. Seus 20 000 reais iniciais já se transformaram em 60 000 reais no último um ano e meio. Nesse período, ele teve direito a receber 2 000 reais de dividendos. "Esse dinheiro foi reinvestido", diz. Deste jeito, Marcelo poderá ser mais um brasileiro assalariado que realizará o sonho de, no futuro, viver de renda, trabalhando apenas por prazer ou, simplesmente, curtindo a vida de milionário. 







"Who wants to be a millionaire???"




quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Consumo de energia elétrica subirá 4,8% ao ano até 2020

Segundo os cálculos do órgão do governo (EPE), o consumo dos segmentos comerciais e residenciais deve crescer 6% ao ano na próxima década 



Energia elétrica
Segundo a previsão, o país vai consumir 730,1 mil gigawatts-hora em 2020

São Paulo - A demanda de energia elétrica no Brasil deve crescer 4,8 por cento ao ano até 2020, saltando de 456,6 mil gigawatts-hora (GWh) no ano passado para 730,1 mil GWh, segundo estimativas divulgadas nesta terça-feira pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
De acordo com a nota técnica "Projeção da demanda de energia elétrica para os próximos 10 anos", que trabalha com a estimativa de crescimento de 5 por cento na economia brasileira ao ano no período, o acréscimo do consumo total de eletricidade será de 274 mil GWh, "volume superior ao atual consumo de eletricidade do México e próximo ao atual consumo de eletricidade da Espanha".
Segundo a EPE, o maior crescimento no consumo entre 2010 e 2020 será registrado no segmento comercial, de 69,1 mil GWh para 123,8 mil GWh, ou 6 por cento ao ano. O consumo do segmento industrial por sua vez, deve avançar 4,8 por cento por ano, de 221,2 mil GWh para 354,7 mil GWh.
Já a classe residencial deve ter alta anual de 6 por cento no período, enquanto "outros", diz a empresa vinculada ao Ministério de Minas e Energia, deve crescer 3,7 por cento.
"As projeções indicam que importante parcela da demanda total de eletricidade do país será atendida por autoprodução, que crescerá a uma taxa média de 6,6 por cento ao ano e deverá atingir 71 mil GWh em 2020 --o equivalente a 10 por cento do consumo total de eletricidade neste ano", diz a EPE. O acréscimo da autoprodução, nos 10 anos, será de aproximadamente 34 mil GWh, completa a empresa.
Já o consumo médio por consumidor residencial passará de 154 kWh por mês, em 2010, para 191 kWh por mês em 2020. "O máximo histórico de 180 kWh por mês, observado antes do racionamento de 2001, será ultrapassado por volta de 2017", prevê a EPE.
A empresa diz ainda que a previsão de demanda para os próximos anos incorpora ganhos de eficiência elétrica que resultam em uma redução do consumo de eletricidade, em 2020, de 33,9 mil GWh.



Movimentação Financeira - Carteira HM FEVEREIRO/2011

1- Semana passada
- Compra de 50 cotas de FEXC11B por 112,50 reais.
- Compra de 10 cotas de NSLU11B por 205,00 reais.
- Previdência Privada HSBC - aporte de 1.500,00 reais.

2- Dia 22/02/11
Compra de mais 50 cotas de FEXC11B por 112,50 reais.

3- Dia 23/02/11:
- Lançamento coberto de 4 Kilos de PETRC28 com PM de 1,36 reais. Financeiro de 5.440,00 reais.
- Compra de 100 ELPL4 por 31,79 reais.  

4- Dia 24/02/11
- Lançamento coberto de 2 Kilos de PETRC28 com PM de 1,64 reais. Financeiro de 3.280,00 reais.
- Compra de 200 CREM3 (novata na carteira HM) por 15,99 reais.

5- Dia 25/02/2011:
- Lançamento coberto de 1K de PETRC28 por 1,28 reais.
- Compra de 100 ELPL4 por 31,89 reais.


6- Dia 28/02/2011:
- Lançamento coberto de 1K de PERTC28 por 1,07 reais.

Atual saldo de Compras/Vendas/Aportes:

COMPRAS: 11.250,0 (FEXC11B) + 2.050,00 (NSLU11B) + 6.368,00 (ELPL4) + 3.198,00 (CREM3) = 22.866,00 reais.

VENDAS: 11.070,00 reais (PETRC28, venda coberta de 8K). 

APORTES: 1.500,00 reais na Previdência Privada. 

TOTAL: 24.366,00 - 11.070,00 = 13.296,00 reais (aporte feito por mim, visto os 11.070,00 reais restantes terem vindo das opções vendidas).






"Never Mind!"

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Você tem um paraquedas??? Não??!!










 Você tem um paraquedas? Não? Pois bem, se pretende investir no mercado de renda variável então deveria obrigatoriamente ter um "paraquedas financeiro". E se você perder seu emprego? Uma doença que te afaste do trabalho ou de um ente querido que precise da sua ajuda? Investiu sua única grana na bolsa e ela AFUNDOUIndependente do nome dado a esta reserva financeira, ela não deve ser encarada como investimento. Reserva é reserva, não tem outro fim senão nas horas de desespero. Texto retirado hoje do site UOL Economia.



"Do you have a parachute, dude???"


Reserva de emergência: onde deve ficar esse dinheiro?



SÃO PAULO – Saber onde colocar o dinheiro para formar uma reserva de emergência é fundamental, para que ela não o deixe na mão quando você mais precisar. E, de acordo com especialistas, a palavra de ordem na escolha do investimento com esta finalidade é a liquidez.
De acordo com o professor de Finanças da Fiap, Marcos Crivelaro, é preciso colocar o dinheiro em uma modalidade que ofereça facilidade de resgate, como, por exemplo, a poupança, um fundo de renda fixa ou DI. O educador financeiro Álvaro Modernell concorda: “Geralmente a poupança é a mais indicada, ainda que renda pouco, ou o Tesouro Direto. Ações não, porque oscilam muito. Se você precisar do dinheiro na baixa, pode perder no resgate”.

Quanto juntar?
A reserva de emergência deve ter um montante dependendo do vínculo empregatício da pessoa, segundo Crivelaro. Ele indica o volume de dois salários para profissionais assalariados – que contam com seguro-desemprego – e de quatro vezes o salário, no caso de profissionais autônomos - que têm oscilação nos ganhos, por conta de sazonalidades.
Já Modernell indica o montante entre três e seis vezes o valor das despesas mensais. “Este é o valor ideal, mas poucos conseguem. Não é por isso que não vai tentar. Tem de tentar juntar pelo menos uma vez o salário”, afirmou. E o prazo para isso pode ser longo. Isso porque, de acordo com os especialistas, a média que a população brasileira consegue guardar é de 10% a 20% do salário mensal. E são poucos os que chegam a isso.

“Obviamente que na cultura brasileira praticamente não sobra dinheiro, falta ou fica no zero a zero. Quem tem sobra não vai para a reserva de emergência. Reserva para uma finalidade, como comprar imóvel, carro, TV, computador”, afirmou Crivelaro, sobre a dificuldade de se guardar dinheiro sem um objetivo.

Função
A reserva de emergência deve ser usada para situações que envolvem doença e vida e itens que não são previsíveis, como multas. “A ideia é a pessoa emprestar para ela mesma, mas a juro zero”, disse Crivelaro. Segundo Modernell, a reserva é importante porque traz tranquilidade e evita despesas adicionais ou o fato de a pessoa ter de recorrer a recursos de terceiros para fechar as contas. E, normalmente, isso é feito com o cheque especial e o cartão de crédito, modalidades que podem sair caro. Mas a reserva também está relacionada com algo positivo. “Ela pode ser usada para aproveitar oportunidades: um pacote de férias de uma semana barato e que tem de se pagar à vista ou ofertas de sites de compras coletivas”.
Risco
De acordo com Modernell, a reserva de emergência deve ser o primeiro fundo a ser formado por uma pessoa, o qual deve ser reforçado com o décimo terceiro e a restituição do Imposto de Renda. O importante, neste caso, é não confundir esse dinheiro com o da aposentadoria, por exemplo.
“São coisas bastante diferentes. É importante ter essa consciência. Na reserva, o atributo é a liquidez. Na previdência privada, é rentabilidade em longo prazo”, disse.


domingo, 20 de fevereiro de 2011

O Índice P/L (Preço/Lucro por Ação)

Texto extraído do antigo site do INI, hoje somente associados tem acesso:

1- O ÍNDICE PREÇO/LUCRO E SUA RELAÇÃO COM A RENDA FIXA


A dinâmica da renda fixa ou da poupança é fácil de entender. Veja um exemplo (ignorando-se os custos de transação e o IR):

Taxa SELIC: 19,75% ao ano
Valor investido: R$ 1.000,00
Valor a receber em um ano: R$ 1.197,50
(Juros + Principal) = R$ 1.000,00 x 0,1975 + R$ 1.000,00

Esse é um processo que faz sentido para o investidor, ou seja, este entrega hoje um valor qualquer para receber, adiante no tempo, esse valor acrescido de juros. Essa é a lógica da renda fixa.Mas, e no mercado de ações, qual é efetivamente o ganho que se obtém pelo investimento feito, visto que, nesse caso, não há promessas de pagamento de juros, não há garantias de valorização do ativo e nem de que a empresa comprada dará algum lucro? Por que investir? O que efetivamente faz com que se possa ganhar investindo em ações?

Bom, vale começar dizendo que é por estes motivos que se diz que o mercado de ações representa um investimento de risco. Mas vamos aprofundar a discussão. Quando o investidor compra R$ 1.000,00 em ações pode esperar duas formas de retorno. A mais direta é proveniente dos dividendos que aquela ação poderá pagar, e representa dinheiro no bolso, e a outra forma é derivada da possível valorização da cotação, ou seja, do preço da ação da empresa na bolsa. Veja um exemplo:

Cotação 31/12/03: R$ 10,00
Valor Investido: R$ 1.000,00
Nº de ações compradas: 100 ações
Dividendos pagos durante o ano: R$ 0,30 por ação
Cotação 31/12/04: R$ 12,00
Novo patrimônio: R$ 1.230,00
(R$ 12,00 + R$ 0,30) x 100 ações

Nesse exemplo, o rendimento foi de 23%, que é mais do que a renda fixa. Mas esse é um caso de crescimento, poderia haver casos de queda na cotação ou de não pagamento de dividendos. Mas, até agora, não se falou diretamente do lucro da empresa. Qual é a relação entre o preço da ação e o lucro da empresa? Para o caso de empresas com crescimento consistente em seus lucros e suas vendas, pode-se entender que os dividendos e o crescimento da cotação estejam intimamente ligados ao lucro. Em princípio, considerando que não haja oscilações muito bruscas no mercado, um crescimento consistente nos lucros deve se refletir num crescimento, também consistente, da cotação e dos dividendos.

É claro que essa relação não é direta, pois o preço de mercado de uma ação não reflete somente a atuação da empresa, constrói-se, também, a partir das percepções dos investidores, da disponibilidade de recursos, do interesse dos investidores estrangeiros e institucionais, da conjuntura macroeconômica, da conjuntura internacional etc. De qualquer forma, um crescimento no valor do mercado de uma empresa também guarda uma relação importante com os frutos de sua operação, seus lucros, suas receitas e sua
geração de caixa.

Para entender essa relação, um importante indicador é o índice preço-lucro (P/L), cuja fórmula está descrita a seguir.

Índice Preço-Lucro (P/L) = (Preço)/(Lucro por ação-LPA)

É possível pensar que o retorno do investidor em ações seja o lucro da empresa, mesmo que esse lucro não se materialize em dinheiro. Ou seja, se ele investiu R$ 70,00 reais em uma ação e o LPA naquele ano foi R$ 7,00, pode-se entender que aquele foi o acréscimo ao patrimônio do acionista naquele período. Pode-se entender, também, que a relação entre o preço e o lucro indica de forma simplificada em quanto tempo o investimento deverá retornar integralmente seu investimento. Veja um exemplo:

Cotação = R$ 200,00; 
LPA = R$ 20,00; 
P/L = 200/20 = 10

Ou seja, investi R$ 200,00 e preciso de 10 vezes esse lucro de R$ 20,00, para ter todo esse investimento de volta, ou seja 10 anos. Naturalmente isso é um entendimento simplificado do assunto, porém elucidativo e bastante difundido no mercado. Nesse momento, o investidor já pode identificar a relação entre P/L e renda fixa. A explicação é simples. Se pensarmos o P/L da maneira exposta anteriormente, teremos um equivalente para a renda fixa. Para tanto, basta dividir 100% (que representa o total investido) pela taxa utilizada, por hipótese, 19,75% (que representa o montante de juros pagos em cada período). Isso daria um P/L de 5,06, significando que, considerando juros simples, o investimento retornaria em 5,06 anos. Se estivessemos falando do mercado americano, onde os juros de renda fixa ficam em torno de 2% ao ano, qual seria o P/L? Simplesmente 100/2 = 50, ou seja, em juros simples, a pessoa levaria 50 anos para ter o retorno do capital investido.

Em compensação, como a renda fixa não é tão atraente, os americanos estão mais propensos a investir em ações, pois, apesar do risco, os retornos esperados são significativamente maiores do que os da renda fixa. No Brasil, com altas taxas de juros, dificilmente as pessoas estariam dispostas a pagar por uma ação com P/L elevado, pois teriam a opção da renda fixa a P/L 5,06. É importante ressaltar que isso não é uma regra rígida. Há empresas brasileiras que apresentam P/L alto e, ainda assim, vêm sendo boas opções de investimento.

Entre outros, esse é um motivo pelo qual o mercado acionário sofre com a alta de juros. Entendendo o investimento em renda fixa como mais atraente, o investidor fica menos propenso a investir em renda variável (ações) e o mercado tenderia a ajustar os P/Ls para baixo, ou seja, reduzindo o P (preço) na relação. Como os preços acabam ficando baixos, em relação aos lucros, não há estímulo para as empresas distribuírem ou emitirem mais ações, ficando mais atraente pedir financiamento no exterior, aumentando a dívida externa brasileira e a nossa vulnerabilidade externa. Afinal, se uma empresa registra um LPA de R$ 10,00 e sua ação está cotada a R$ 40,00, significa que o valor integral de mercado dela é, somente, 4 vezes o seu lucro, ou seja, ela estaria remunerando o investidor em 25%.



2 - O ÍNDICE PREÇO-LUCRO É FUNÇÃO DOS FUNDAMENTOS DA EMPRESA, DO MERCADO OU DE AMBOS? 


No artigo anterior mostrou-se que uma bolha se forma a partir de ativos com preço excessivamente alto, inflados artificialmente, e que um dos indicadores para se identificar esses preços altos seria o P/L. Na metodologia INI o P/L desempenha papel importante, pois ele é o indicador que, multiplicado pela expectativa de lucro no futuro, nos dará uma indicação da possível cotação a que a empresa atingirá no futuro. Ocorre que há empresas com P/L 6 e, no mesmo setor, há empresas com P/L 18. Por quê? É o que vamos investigar neste artigo.

Relembrando: O que é P/L?

P/L é a sigla para Índice Preço-lucro, que mede quantas vezes o preço da ação (cotação) é maior do que seu lucro por ação OU quantas vezes o preço de mercado da empresa é maior do que seu lucro anual.

Veja os exemplos:

EMPRESA CVRD Lj. Americanas Copel Gerdau Sadia Light 2007*
Valor de Mercado (28/12/2006) R$ milhões 1 47.466 8.659 6.334 22.434 4.890 3.081 84.864
Lucro líquido 2006 R$ milhões 1 3.431 123 1.242 2.880 376 (150) 5.054
P/L 11,0 70,4 5,1 7,8 13,0 ND 16,8

A lógica é a seguinte: Para “comprar” um lucro de 13,4 bilhões de reais da CVRD, eu teria que desembolsar 147 bilhões, ou seja, 11 vezes o lucro. É claro que a comparação entre a cotação (valor de 1 ação) e do lucro por ação (também referente a 1 ação) tem o mesmo resultado e a mesma lógica.

3- O QUE INFLUENCIA O P/L?

Podemos entender o P/L como uma medida do “apetite” do investidor por comprar as ações. Se este vem se elevando, é porque os investidores estão pagando mais “caro” pelas ações do que anteriormente, seja por que suas opções fora da renda variável estão menos atraentes, seja por que ele acredita que o lucro da empresa crescerá fortemente nos próximos anos.

Pensando de forma simples, responda: Qual é a opção de investimento que se tem em relação à renda variável? Fácil: Renda fixa, ou seja, CDB, fundos DI, poupança, previdência privada sem renda variável entre outros. Se a opção mais rentável em renda fixa for, por hipótese, um fundo DI com taxa de administração de 0,5%, qual seria o ganho previsto, já descontando o IR? Daria pouco mais de 8%, para arredondar 8%. Com 8% ao ano, em quantos anos você retornaria o capital, se retirasse o lucro ano a ano? Simples: 100% / 8% = 12,5 anos. Esse, para fins de comparação, pode ser considerado o P/L da renda fixa. 

O P/L da renda fixa não é um indicador utilizado nos meios profissionais, mas será útil para o investidor comparar opções de investimento em renda fixa e em renda variável. Um parêntese. Quase todos consideram que é bom para a bolsa quando os juros caem. Um dos motivos para essa percepção é que a opção “sem risco” dos investidores fica menos atraente, ou seja, seu P/L da renda fixa aumenta, permitindo que se pague um pouco mais pela opção em renda variável, ou seja, pelas ações em bolsa. Pense: Se os juros estivessem em 25% ao ano, com inflação de 3%, você acha que tantas pessoas estariam buscando a bolsa como alternativa de investimento? Bom, parece que o passado responde por si.

Se o P/L da renda fixa está em 12,5 por que há tanta variação nos múltiplos das empresas? Primeiro, o “P/L da renda fixa” é um indicador proposto para sabermos o que seria um retorno “razoável”, tomando por base os investimentos alternativos à bolsa. Não significa que ele deva ser seguido, apesar da evidência óbvia de que juros altos desestimulam o investimento em bolsa. Segundo, há muitos fatores que influenciam o P/L de uma empresa e, alguns deles, serão tratados a seguir.

P/L próximo do da renda fixa

Quando se encontra uma empresa com P/L próximo dos 12,5 (oscilando entre 10 e 14,5, por hipótese), é provável que seu desempenho seja bem regular, seus lucros futuros possam ser previstos pelos analistas com pouca margem de erro e entende-se que o crescimento no longo prazo desses lucros não será exageradamente alto.

P/L muito mais baixo do que o da renda fixa

Normalmente indica que o lucro deverá cair ou que a empresa representa um risco alto. Se os investidores não estão dispostos a comprar ações, mesmo com P/L baixo, é porque não acreditam que o lucro permanecerá alto. Pode ser que a empresa tenha dado um lucro extraordinariamente alto, por conta de algum evento não recorrente como a venda de um ativo ou algum benefício fiscal extraordinário. Quando isso ocorre, o lucro sobe muito, mas o preço não acompanha, pois o evento não faz parte do dia-a-dia do negócio. Outra hipótese é não confiar no gestor ou no controlador, fazendo com que o investidor só entre na empresa se seu preço estiver muito descontado, pois o risco é alto.

P/L muito mais alto do que o da renda fixa

Comumente indica que a perspectiva dos investidores é de que o lucro cresça a taxas muito acima das do mercado. Para se ter uma idéia do impacto de uma expectativa positiva sobre o lucro de uma empresa veja: se os analistas supõem que o lucro da empresa crescerá 60% ao ano pelos próximos 5 anos, isso indica que o lucro crescerá 10 vezes. Nessa hipótese, já antecipando o crescimento, o analista sugere um preço muito alto para a empresa. Ocorre que esse preço já inclui o crescimento futuro, por isso é tão alto o P/L, pois é comparado com o lucro de hoje. E se não ocorrer o crescimento esperado? Os preços se ajustam durante o caminho. Pode acontecer também, de a empresa apresentar um resultado extraordinariamente ruim, mas por algum problema não-recorrente. As empresas do ramo de alimentos enfrentaram a gripe aviária e embargos de exportação de carne em 2006 e viram seus lucros caírem bastante. Como os eventos não eram recorrentes, as cotações não se depreciaram tanto, porém, como o lucro era muito mais baixo, o índice P/L ficou alto, fora do padrão histórico das empresa, da média do mercado e da própria renda fixa.

P/L de ações com prejuízo

Nesse caso não se aplica o conceito P/L. Se a empresa vinha de lucros crescentes e, por algum motivo, começou a dar prejuízo, devem-se estudar esses motivos para avaliar se ainda se pode confiar no fluxo futuro de lucros, pois se não voltarem, a cotação será penalizada no futuro. Os riscos de investir em empresas com prejuízos recorrentes são maiores. É melhor deixar para o campo da especulação.

Para encerrar...

É evidente que o que foi posto acima tem um valor didático maior do que a precisão técnica, ou seja, é uma maneira simples de entender o mercado e esse importante indicador de mercado, o P/L. Não se deve seguir uma regra rígida quanto aos P/L, pois sempre há mais informações do que podemos ver.

O P/L é uma propriedade do mercado na medida em que está sujeito às oscilações nas alternativas de investimento, mas também é uma propriedade da empresa quando espelha as perspectivas dos analistas e dos investidores. Aos usuários do método INI, um alerta: no intervalo de 5 anos que utilizamos para nossas avaliações, as expectativas de crescimento já devem, de alguma maneira, ter se manifestado ou não, portanto não faz sentido sugerir um intervalo de P/L máximo e mínimo muito alto (ou baixo) no longo prazo.